A TeleWorld e a Samsung mudam o foco para conectividade da indústria e/ou redes privadas de B2B para smart cities.

Nitisha Dubey
3 de março de 2020

É inegável! O setor de telecom está passando por transformações como nunca antes se viu. Das operadoras às designers e integradoras de redes, tudo está voltado para explorar as possibilidades das redes de 5G de nova geração. Foi nesse cenário que a Samsung adquiriu a TeleWorld. E o veterano no setor Franco Zaro, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Valid, considera essa uma jogada estratégica por parte da empresa, que pretende ser líder no mercado de 5G. Com essa aquisição, a TeleWorld e a Samsung mudam o foco para conectividade da indústria e/ou redes privadas de B2B para smart cities. Existe um campo muito grande e interessante para ser explorado para empresas como a Samsung e a TeleWorld, considerando que há poucas opções de fornecedores nessa área, como a Ericsson, a Nokia e a Huawei. Saiba o que está rolando na entrevista editada abaixo.

P. Fale um pouco de sua experiência como Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Valid.
Franco Zaro, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Valid
Tenho mais de 20 anos de experiência prática no ramo de telecom. Antes da Valid, trabalhei como Engenheiro Sênior na Nokia Networks. Mas foi na Valid que comecei a liderar equipes de engenharia de vendas. E essa experiência me levou ao cargo de hoje de Diretor de Desenvolvimento de Negócios. Hoje, lidero iniciativas relacionadas à promoção e comercialização de nossos softwares/soluções. Meu foco é nas tecnologias convergentes, em três frentes: soluções mobile para pagamentos e identificação; rastreamento de RFID para soluções de segurança; e telecomunicações.

P. Considerando sua experiência, você já presenciou mudanças de paradigma no setor de telecom. Tem alguma história que possa nos contar sobre as tendências do setor?
Minha experiência no setor de telecom é bem longa, e já presenciei mudanças de paradigmas e a evolução da tecnologia. Lembro que nos anos 1990 acompanhei a implementação massiva das redes de celulares. Naquela época, empresas como a Ericsson e a Nokia estavam recebendo uma quantidade enorme de solicitações e conquistando milhões em receita, e as comunicações eram mais baseadas em hardware (HW), o que é muito diferente de hoje. Pense que estamos falando de um único servidor e todas as interações com o sistema sendo geridas por um software que maximiza a capacidade do hardware. Isso foi uma das coisas que ocasionou a queda dos telefones Nokia e a chegada dos smartphones e a ascensão da Apple, a evolução da rede com LTE e agora o 5G. Naquela época, tínhamos muitas ideias sobre como conectar pessoas e o mundo, mas elas sempre foram limitadas pela capacidade da rede. A chegada do 5G resolveu isso.

P. Como foi o ano de 2019 para o setor de telecom global? Quais são seus planos para o crescimento do setor?
Em 2019, o setor de telecom testemunhou a consolidação de uma década de mudanças. As empresas de telecom reinventaram e otimizaram seus negócios com um foco em serviços B2B e, com isso, alteraram os modelos comerciais. Elas também melhoraram a qualidade e os preços para reter os clientes que não eram tão fieis. Na minha opinião, nos próximos anos, a convergência vai ser a chave para integrar sistemas, redes e processos dentro de um mundo conectado.

P. Que abordagens você acha que a TeleWorld/Samsung terá para facilitar o suporte de ponta a ponta do 5G?
Falando do ponto de vista da rede, a TeleWorld e a Samsung provavelmente mudarão o foco para conectividade da indústria e/ou redes privadas de B2B para smart cities. Existe um campo muito grande e interessante para ser explorado para empresas como a Samsung e a TeleWorld, considerando que há poucas opções de fornecedores nessa área, como a Ericsson, a Nokia e a Huawei. Também há grandes chances de a Samsung/TeleWorld ser uma alternativa a grandes provedores que já capturaram uma fatia de mercado inicial.

P. Qual é a sua opinião sobre os serviços de design, teste e otimização de redes da TeleWorld?
Prevejo que, na próxima década, o mundo vá mudar de uma operação baseada em comunicação reativa para um ecossistema altamente integrado em tempo real. A adoção desse conceito fará com que empresas como a Samsung precisem de parceria com empresas como a TeleWorld para garantir o sucesso em termos de experiência do cliente, entrega de projetos e adoção do usuário.

P. Quais são os obstáculos que podem criar problemas para o mercado de 5G global?
As regulamentações parecem ser o calcanhar de Aquiles do momento, já que a sociedade ainda está aprendendo a conviver com um ambiente integrado. Especialmente um ambiente com a habilidade de coletar evidências de assuntos que podemos considerar privados. Acredito que o conceito de privacidade precisa ser reavaliado e formalizado, com base nas motivações e nos gatilhos para a população.

P. Você acredita que essa aquisição ajudará a diferenciar a Samsung da concorrência na corrida pela liderança do mercado de smartphones 5G?
A Samsung já tem uma presença muito forte no mercado de smartphones, e acredito que essa decisão tenha tido o objetivo de consolidar empresas com foco em B2B, já que os dispositivos da Samsung têm uma vantagem natural nesse mercado. O mercado de B2B dos EUA é enorme, e essa parceria poderá tirar outras empresas da jogada, como a Nokia, a Ericsson e a Huawei. Além disso, os EUA, através da TeleWorld Solutions, poderiam ter ainda mais presença e acesso às redes 5G. No entanto, é importante observar que as patentes da Huawei, Ericsson e Nokia poderiam impactar custos.

P. Construir uma infraestrutura para o 5G será caro. Qual investimento inicial pode levar um tempo para se concretizar?
Investimentos com um período mais longo de implementação, como patentes, desenvolvimento, equipamentos e trabalhadores altamente especializados.

Leia o artigo original aqui.  Somente em inglês.

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